segunda-feira, 14 de março de 2011

Contos para rir

                                 


Olá! Eu sou o Manuel Escorregão e este é o meu companheiro… Ai, ai, ai, ai! Ó “meu”, o meu cão mordeu-me!
Sai daqui, Ampulhão, vai lá beber água da horta que eu não te pus água na casota. Vai lá, vai…
 Bem, como eu ia dizendo, este é o meu companheiro, o Zé Trambolhão. Nós estamos a apresentar o… Ó “pá”, sai daí Ampulhão, não abras a gaiola dos pássaros! Anda cá, Ampulhão, que eu dou-te água. Ai, aí, pelas barbas dos Ojamas, partiste-me a minha banheira de esferovite! Anda lá, anda beber água. Vá bebe, bebe… Ai, aí, aí, não acredito nisto, o Ampulhão apanhou uma garrafa sem tampa e roeu-a toda.
Agora já bebeu, mas caíu para o lado. Ai, não acredito, reparei agora que tu me partiste o vidro da janela da cozinha pela 24ª vez.
Sabes quanto é que eu gastei em dinheiro só para arranjos? Sabes? Gastei dois anos de salário mínimo.
Bem, agora que o Ampulhão desmaiou, não tenho que me preocupar com ele. Já não me chateia.
Continuando... nós estamos a apresentar o programa “Risotas e Cambalhotas”. Neste primeiro programa, vão conhecer a minha família desastrada. Em primeiro lugar vamos à minha… Uaaau, cuidado
                                                                          O
                                                                                O
                                                                                       o!
Ui ,.. parti as costas? Não… parti a cabeça; não… parti as pernas; não, parti… sei lá o quê, só sei que me dói tudo.
Bem, vamos ali à minha varanda, ver o meu tio no quintal. Vêem? É por estas e por outras que eu lhe chamo o desastradão da família, porque ou está a pisar o “cocorocó” das galinhas ou está a cair no chão.
Aquele é o meu avô que está sempre a cozinhar, queima-se constantemente e já queimou a cozinha duas vezes; a minha avó que está sempre a tricotar e que até já espetou a agulha uma vez no dedo; o meu pai a ler o jornal encostadinho à lareira; a minha mãe muito dedicada às arrumações; o meu irmão com os cordões desatados e a tropeçar sempre neles; o meu gato que desmaia em todo o lado e o meu cão que está sempre a abrir a gaiola dos pássaros ou a morder-me.
Ai, au, ui, o meu cão voltou a morder-me mesmo agora. Bem, acho que é melhor acabar o programa.
Até à próxima, amigos!



Luis Gaspar

(Texto produzido tendo como título um dos livros da escritora Luisa Ducla Soares)

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